Apoio
Salvaguarda\Promoção | Município de Viana do Alentejo | 2013 | A Câmara Municipal de Viana do Alentejo tem vindo a apoiar a edição de livros sobre a história do fabrico de chocalhos em Alcáçovas, assim como de documentos promocionais. Em 2013 editou o livro de André Correia, Os chocalhos e a sua relevância para a vila das Alcáçovas, Lisboa: Esfera do Caos.
Salvaguarda\Promoção | Junta de Freguesia de Alcáçovas | 2012 | A Junta de Freguesia de Alcáçovas tem vindo a apoiar a edição de livros sobre a história do fabrico de chocalhos em Alcáçovas, assim como de documentos promocionais. Em 2012, editou o BI do Chocalho.
Salvaguarda\Sustentabilidade | Município de Viana do Alentejo | A Câmara Municipal de Viana do Alentejo tem vindo a adquirir chocalhos aos fabricantes de Alcáçovas para constituir uma colecção e para ofertas institucionais.
Salvaguarda\Sustentabilidade | Junta de Freguesia de Alcáçovas | A Junta de Freguesia de Alcáçovas tem vindo a adquirir chocalhos aos fabricantes de Alcáçovas para constituir uma colecção e para ofertas institucionais.
Salvaguarda\Pesquisa | Município de Viana do Alentejo | 2011 | A Câmara Municipal de Viana do Alentejo tem vindo a apoiar encontros científicos sobre o fabrico de chocalhos em Alcáçovas. Em 2011, organizou-se o I Forum-Oficina sobre as Artes do Ferro e do Fogo, dedicado à salvaguarda da Arte Chocalheira.
Salvaguarda\Pesquisa | Junta de Freguesia de Alcáçovas | 2011 | A Câmara Municipal de Viana do Alentejo tem vindo a apoiar encontros científicos sobre o fabrico de chocalhos em Alcáçovas.
Em 2011, organizou-se o I Forum-Oficina sobre as Artes do Ferro e do Fogo, dedicado à salvaguarda da Arte Chocalheira.
Aprendizagem
Empresarial | O fabrico de chocalhos desenvolvia-se no interior das famílias detentoras desta manifestação. Hoje, essa formação só acontece na empresa Pardalinho, na vila de Alcáçovas, com apoios comunitários, mas com sucesso reduzido. Até ao momento não foi formado nenhum chocalheiro.
Familiar | A forma mais comum, é a transmissão familiar dos saberes associados ao fabrico de chocalhos. Esta era feita tradicionalmente de pais para filhos.
Característica
Fabrico de chocalho\Preparação da chapa\Riscar | A chapa de ferro, adquirida em diferentes armazéns, e com diversas espessuras, é riscada com recurso a um pedaço de ardósia ou giz, de forma a dividi-la em chapas de menor dimensão, que servirão para fazer o corpo do chocalho. As sobras servirão para asas, batentes e debruns. | Ver glossário.
Fabrico de chocalho\Preparação da chapa\Corte | A chapa de ferro, de diferentes espessuras conforme a dimensão do chocalho, é cortada em chapas mais pequenas, que servirão para moldar o corpo do chocalho. No passado, o corte era feito com a tesoura de chocalheiro, hoje recorre-se a uma guilhotina.
Fabrico de chocalho\Preparação da chapa\Destemperar | As chapas de ferro, de diferentes espessuras conforme a dimensão do chocalho, são amontoadas e metidas no forno e posteriomente batidas com um maço. O objectivo é retirar o óleo e tornar as chapas mais macias.
Fabrico de chocalho\Dar corpo ao chocalho\Talhar | O chocalheiro, no banco, acerta a chapa que vai dar corpo ao chocalho. Faz alguns entalhes com a tesoura, para quando dobrar o chocalho poder prender as partes dobradas.
Fabrico de chocalho\Dar corpo ao chocalho\Enrolar | O chocalheiro, no banco, coloca a chapa na bigorna e começa a enrolar o chocalho, até lhe dar corpo. Prende as partes, utilizando os entalhes feitos anteriormente.
Fabrico de chocalho\Dar corpo ao chocalho\Dobrar | O chocalheiro, no banco, e com o chocalho enfiado na bigorna, começa a meter os cantos, virando-os, são as chamadas orelhas. Serão essas que irão segurar a asa. Abre um rasgo no fundo do chocalho e coloca aí o céu, a argola que irá prender o badalo. Coloca a asa, os batentes ou o debrum. | Ver glossário.
Fabrico de chocalho\Colocação de marcas (fabrico e/ou posse) | Se o chocalho levar marcas, que poderão ser as de fabricante e/ou de posse, estas são colocadas no corpo do chocalho, presas por fio. A de fabrico é colocada na parte da frente do chocalho e a de posse nas costas do chocalho. As marcas são feitas a ponteiro, como em Asseiceira, ou com uma tesoura mais pequena, caso de Alcáçovas, Reguengos de Monsaraz ou Estremoz.
Fabrico de chocalho\Preparação para levar ao forno\Embarramento | Num lugar à parte da loja/oficina, e onde está o barreiro, os chocalhos são embarradas na pedra de embarrar. O embarramento consiste em fazer um casulo de barro amassado com moinha de palha. O barro é estendido na pedra e o chocalho é aí colocado. Neste processo, entre o barro e o chocalho, são colocados pequenos pedaços de latão, estes também são colocados no interior do chocalho, onde também é posto um pequeno pedaço de madeira ou de carvão. Após a feitura do casulo, na zona da boca do chocalho, o barro é perfurado para que o chocalheiro possa controlar a soldagem do chocalho.
A Família Maia/Empresa Pardalinho, assim como o chocalheiro de Ereira, formado por esta família, embarram de pé. Todos os outros embarram sentados.
Fabrico de chocalho\Preparação para levar ao forno\Secagem | Depois de embarrar, os chocalhos são deixados a secar por semanas, meses ou anos. A cozedura dos chocalhos é feita segundo a procura.
Fabrico de chocalho\Levar ao forno\Soldagem | O chocalho é colocado no forno, a cerca de 1200º. No passado, o forno não permitia ultrapassar os 600º.
Quando o chocalheiro se apercebe que o latão está líquido pela cor da chama que sai do interior do chocalho através do furo junto à boca, que muda de laranja para azul, o chocalho é retirado e colocado no chão.
Fabrico de chocalho\Levar ao forno\Rebolar | Após ser retirado do forno, o chocalho cemeça a ser rebolado, para que o latão, em estado líquido, possa banhar uniformemente toda a peça. O rebolar é feito com com vara de ferro. Antigamente, o rebolar do chocalho era numa cama feita de carvão. Hoje é feito no chão de cimento.
Fabrico de chocalho\Levar ao forno\Temperar | Após rebolar o chocalho e quando se percebe que o latão já banhou totalmente a peça, o chocalho é mergulhado numa tina com água, para um arrefecimento súbito. A este mergulhar chama-se ?temperar?. É retirado da água, o barro cozido é partido e o chocalho é retirado e limpo.
Fabrico de chocalho\Assonantar | O chocalheiro leva, de novo, o chocalho para o banco de chocalheiro. Na bigorna, e com ajuda do martelo, afina-o. Esta afinação é feita batendo primeiro com um badalo de madeira no interior do chocalho, para testar o som deste. Apoiado ou enfiado na bigorna, é sujeito a um conjunto de sábias marteladas que têm como objetivo 'juntar as vozes?.
No centro e sul de Portugal, a afinação faz-se pelo interior; no norte e Ilha Terceira, pelo exterior. Em Espanha, a afinação é feita através de um vinco junto à boca. Nalguns locais, para o tornar mais agudo, fazem-se furos junto à asa, a que se chama fazer os ?ouvidos.
Esta é a fase da cadeia operatória mais complexa. Um chocalheiro só é reconhecido como mestre quando não apenas domina o fabrico de qualquer tipo de chocalho, como o sabe afinar.
No trabalho de campo que estamos a efetuar por todo o território nacional, fomos confrontados com uma sensibilidade sonora divergente: cada região histórica possui como que uma afinação específica, na qual se reconhece e que obriga o chocalheiro a corresponder a essa identidade. Por isso, um chocalho feito em Alcáçovas será provavelmente reafinado em Bragança ou na Ilha Terceira.
Fabrico de chocalho\Completar o chocalho\Embadalar | Após a afinação, o badalo é colocado no interior do chocalho, suspenso, através do ?embadaladoiro?, numa argola, o céu.
Os badalos podem ser, conforme a sua dimensão ou a região histórica de Portugal, em chifre (norte e Açores), de madeira (norte, centro e sul), de ferro (todo o país e aplica-se aos chocalhos pequenos) ou em PVC, fruto de uma certa industrialização, estes importados de Espanha.
O badalo pode ser suspenso apenas por uma correia de couro ou através de um pequeno pau suspenso em couro que prende o badalo, designado por ?cartel?.
Fabrico de chocalho\Completar o chocalho\Encoleirar | A coleira, passada por dentro da asa, serve para suspender o chocalho ao pescoço do gado.
Pode ser feita em cabedal ou de restos de pneu.
Existem três formas de fechar a coleira: através de (i) ?meã?, que designa uma forma de atar, através de tiras, a coleira; através de (ii) ?cágueda?, peça de madeira que une as duas pontas da coleira, passando por dentro delas; através de (iii) fivela de metal.
Cronologia
-27 | Proto-História | Circa 200 a. C. | Surgem os primeiros chocalhos em chapa de ferro. | Em Espanha, em contexto arqueológico, foram encontrados chocalhos celtiberos, datados do séc. III a. C.
[PL]
476 | Romana | Circa 300 d. C. | Em São Cucufate, Alentejo, são encontrados chocalhos. | No Museu da Casa do Arco, mostram-se chocalhos que surgiram nas escavações da vila romana de São Cucuufate e atribuídos ao séc. IV.
[PL]
1672-08-12 | Moderna | Referência a juiz de ofício de chocalheiro em Estremoz. | Francisco Mendes, juiz do ofício de chocalheiro na vila de Estremoz, examina o chocalheiro Manuel Alves, considerando-o apto para o exercício do mesmo ofício, pelo que lhe é passada carta de examinação.
[A.M.E., Livro de examinação de ofícios, data [?] , fl. 116]
[AP]
1763-07-20 | Moderna | Primeira referência documental à profissão de chocalheiro em Alcáçovas. | Manuel Martins «chucalheiro» é nomeado pela Câmara de Alcáçovas depositário dos terços do pão dos Senhores de fora da vila. Esta é a primeira referência a Manuel Martins como chocalheiro e também a primeira referência documental conhecida até ao momento a esta profissão em Alcáçovas.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. 28, fl. 69v-70]
[AP]
1777-04-16 | Moderna | Termo de juramento dado a José Luís, oficial de chocalheiro, para servir de juiz do mesmo oficio. | Os Oficiais da Câmara de Alcáçovas «deram juramento dos Santos Evangelhos» a José Luís oficial de chocalheiro» para servir de juiz do mesmo ofício.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. 82, fl. 90v]
[AP]
1778 | Moderna | A Câmara de Alcáçovas concede licenças a pastores da Serra da Estrela para as suas ovelhas pastarem. | A Câmara de Alcáçovas emite várias licenças, mediante o pagamento de 500 reis, a vários pastores oriundos da Serra da Estrela para as suas ovelhas poderem pastar no termo de Alcáçovas, em várias propriedades, nomeadamente, entre outros, Inácio Rodrigues, Manuel Martins, Matias Cardoso e Manuel Ribeiro, todos «serranos da Serra da Estrela».
[A.P.A., Livro de licenças da Câmara, 1778-1802, fl. 6-7]
[AP]
1780-01-22 | Moderna | Determinação da Câmara de Alcáçovas relativa a licença para exercício de ofício. | Os oficiais da Câmara de Alcáçovas determinam que qualquer «mestre, ou mestra de loja aberta não puderão usar de seus ofícios sem licença deste senado e o que o contrário fizer pagará 500 reis».
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. s/n, 1778-1785, fl. 31]
[AP]
1782-01-16 | Moderna | Determinação da Câmara de Alcáçovas relativa a licenças e regimentos. | Os oficiais da Câmara de Alcáçovas determinam que quem vender qualquer tipo de géneros tire licença nova até 15 de Fevereiro e que não leve os mesmos para fora sem licença da Câmara, o que se aplica também aos alfaiates, sapateiros, tecelães, moleiros, ferreiros e chocalheiros. Impõem também a obrigatoriedade destes oficiais terem os seus regimentos, sob pena de pagarem 500 réis.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. s/n, 1778-1785, fl. 63]
[AP]
1787-08-18 | Moderna | Determinação da Câmara de Alcáçovas relativa à frequência dos chocalheiros na «feira nova». | Os oficiais da Câmara de Alcáçovas determinam, em sessão de vereação, que «todos os oficiais de xucalheiros, contratadores de xucalhos e ferreiros» do termo deste concelho estejam presentes na feira nova desta vila, durante os três dias, sob pena de pagarem de condenação, se não o fizerem, a quantia de 200 réis cada um.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. s/n, 1785-1803, fl. 20]
[AP]
1796-09-14 | Contemporânea | Determinação da Câmara de Alcáçovas relativa a despejo de escumalhas. | Os oficiais da Câmara de Alcáçovas, determinam, em sessão de vereação, «que nenhum oficial de fogo, tanto ferreiro como xucalheiro, possa deitar escumalhos sem que seja em hum barranco junto à Irmida de Sam Pedro ou em outro no Rossio do Pinheiro», sob pena de cadeia e pagamento de 500 réis se o fizerem em outro local.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. s/n, 1795-97, fl. 114-114v]
[AP]
1800-03-22 | Contemporânea | Eleição de juiz de ofício de chocalheiro em Alcáçovas. | Gregório Vicente, oficial de chocalheiro, é eleito juiz do mesmo ofício pelos oficiais da Câmara de Alcáçovas.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. s/n, 1785-1803, fl. 149]
[AP]
1813-11-01 | Contemporânea | Eleição de juiz de ofício de chocalheiro em Alcáçovas | António Carvalho Sim Sim, oficial de chocalheiro, é eleito juiz do mesmo ofício pelos oficiais da Câmara de Alcáçovas.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. s/n, 1803-1821, fl. 23]
[AP]
1819-02-14 | Contemporânea | Eleição de juiz e escrivão do ofício de chocalheiro em Alcáçovas. | Os oficiais da Câmara de Alcáçovas elegem, com a maior pluralidade de votos, Manuel Velho, oficial de chocalheiro, para o cargo de juiz do mesmo ofício, e o seu filho José do Carmo Velho, também chocalheiro, para escrivão do mesmo ofício.
[A.P.A., Livro de actas de vereação da Câmara de Alcáçovas, Lv. s/n, 1803-1821, fl. 60]
[AP]
1862 | Contemporânea | Tabelamento das contribuições referente aos chocalheiros no concelho de Viana do Alentejo. | Na sequência da circular n.º 108 da 2.ª Repartição de 18 de Agosto e Portaria do Ministério da Fazenda, de 8 do mesmo mês, a Câmara de Viana do Alentejo estabelece a tabela de contribuições municipais, sendo determinado para os chocalheiros o seguinte: oficial com loja, 500 réis; um aprendiz, 620 réis; um oficial, 750 réis; por cada oficial a mais, 250 réis.
[A.D.E., Governo Civil de Évora, Câmara de Viana do Alentejo. Contribuições municipais, peça 1, 1862]
[AP]
1926-11-25 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro alcaçovense João Chibeles Penetra. | [PL]
1929 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro brigantino João Manuel dos Santos. | [PL]
1934 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro alcaçovense Gregório Guerreiro Sim Sim. | [PL]
1935 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro grotassantino António Ferreira da Costa. | [PL]
1938 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro alcaçovense Joaquim Manuel Vidazinha Sim Sim. | [PL]
1936 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro eirerense Manuel Antunes Cecílio. | [PL]
1940 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro reguenguense Joaquim José Veladas Correia. | [PL]
1944 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro alcaçovense José Luís Reis Maia. | [PL]
1945 | Contemporânea | Nascimento da chocalheira alcaçovense Francisca Alice do Monte Reis Maia. | [PL]
1947-03-03 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro estremocense António Augusto Sim Sim. | [PL]
1974 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro alcaçovense Guilherme José Fortes Reis Maia. | [PL]
1974 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro alcaçovense Francisco António Maia Cardoso. | [PL]
1976 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro estremocense Rui Marcos Sim Sim Gonçalves. | [PL]
1983 | Contemporânea | Nascimento do chocalheiro alcaçovense Feliciano de Jesus Sim Sim. | [PL]
1995 | Contemporânea | Edição do livro "O meste que trabalha por cima do céu". | José Manuel Monarca Pinheiro edita o livro "O mestre que trabalha por cima do céu", Alcáçovas: Associação Terras Dentro, com desenho de Francisco Bilou e fotografia de José Manuel Rodrigues.
[PL]
2013 | Contemporânea | Edição do livro "Os chocalhos e a sua relevância na vila das Alcáçovas". | André Correia edita o livro "Os chocalhos e a sua relevância na vila das Alcáçovas", Lisboa: Esfera do Caos, com prefácio de Fernando Casqueira.
[PL]
2014-03-30 | Contemporânea | Entrega de dosssier na UNESCO | O dossier com o pedido de inscrição do Fabrico de Chocalhos na Lista do património cultural imaterial com necessidade de salvaguarda urgente foi entregue pelo Estado Português na UNESCO.
[WEB: http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?pg=00704#table_cand]
[PL]
2015-07-24 | Contemporânea | Realizaçaõ do I Colóquio Internacional Paisagens Sonoras, Alcáçovas.
Designação
Comum | Indústria de chocalhos | Designação comum na segunda metade do séc. XIX.
Comum | Arte chocalheira | Forma etnográfica de designar o fabrico de chocalhos. Bebe também nas formas antigas de designar os ofícios mecânicos como arte e os oficiais como artistas.
Comum | Produção de chocalhos | Forma comum de designar o fabrico de chocalhos.
Popular | Fazer chocalhos | Forma local de designar o fabrico de chocalhos.
Disposição legal
Convenção | Convenção para a salvaguarda do património cultural imaterial | 2003-10-17 | Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial adoptada pela Assembleia Geral da UNESCO.
Documento fundamental para a construção do conceito de património cultural imaterial.
Decreto | Decreto do Presidente da República N.º 28/2008 | 2008-03-26 | Ratificação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, adotada na 32.ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO, em Paris, a 17 de outubro de 2003, aprovada, para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º 12/2008, em 24 de janeiro.
Decreto-Lei | Decreto-Lei N.º 139/2009 | 2009-06-15 | Estabelece o regime jurídico de salvaguarda do património cultural imaterial e institui a Comissão para o Património Cultural Imaterial.
Portaria | Portaria N.º 196/2010 | 2010-04-09 | Aprova o formulário para pedido de inventariação de uma manifestação do Património Cultural Imaterial e as respetivas normas de preenchimento da ficha de inventário. No quadro deste diploma, são igualmente definidas as condições a observar em matéria do processo de identificação, estudo e documentação do PCI, entre as quais o âmbito dos métodos e técnicas de pesquisa a aplicar, bem como as qualificações académicas que devem ser dotados os profissionais responsáveis por esse processo.
Fortalecimento
Salvaguarda\Revitalização | CREATE AND IMPLEMENT AN INTERPRETATION CENTRE TO FOSTER AND DEVELOP A PARTNERSHIP NETWORK | To create a platform that would implement a strategy for the safeguarding of the manufacture of cowbells in Alcáçovas, in the municipality of Viana do Alentejo. This strategy would also be sustained through the setting up of a network of institutions that would bring together bearers, university research centres and cultural economic agents at the local, regional, national and international levels.
Action:
The mission of the ?Interpretation Centre for pastoralism and traditional metallurgy? would be to safeguard the arts of pastoralism and the metallurgical techniques and skills associated with grazing, the making of cowbells and the casting of bells and hand bells. It would have an exhibition area, a documentation centre, a training area and a shop. This centre would work in collaboration with the existing workshops, both in Alcáçovas and in the rest of the country, thus serving to safeguard the cowbell in Portugal.
Salvaguarda\Transmissão | TRANSMISSION | To encourage the transmission of the skills involved in making cowbells by creating the figures of Master of the Art and the Apprentice of the Art, inspired in the Living Human Treasures Programme (UNESCO).
Actions:
To create a fund to underpin the transmission of the art of making cowbells. This transmission, from master to apprentice, would take place over five years and would have the objective of creating new masters of cowbell making. The training programme would be run by the four masters of cowbell making who have already signalled their willingness to pass on their knowledge to others who are not members of their families, thus breaking with their families-only tradition.
Salvaguarda\Sustentabilidade | ENCOURAGE AND CREATE ECONOMIC SUSTAINABILITY | The manufacture of cowbells is an economic activity that can only continue if the cowbells that are produced are then sold. The aim here is to create an awareness-raising and promotional strategy that will help the business activity achieve sustainability in the medium term and, so, stave off extinction.
Salvaguarda\Protecção | FOSTER LEGAL PROTECTION | Cowbell making has remained unchanged for more than two thousand years. All cowbell makers are insistent that cowbells should be made through the application of human effort alone. The aim is to create a strategy for protecting the intangible cultural asset and safeguard the intellectual property aspect of the business, defending the viewpoint that the masters of cowbell making own the manufacture of this sonorous object.
Salvaguarda\Pesquisa | RESEARCH AND DISSEMINATION | A multidisciplinary research strategy should be put in place to help boost our scientific understanding of both the material and intangible cultural heritage associated with this profession. The research would feed into the dissemination and sharing of all acquired knowledge and understanding through multiple forms of publication, the setting up of a digital platform and the organisation of scientific events.
Grupo social
Chocalheiros | O fabrico de chocalhos é feito por famílias que se dedicam exclusivamente a esta actividade. Muitas destas famílias desenvolvem esta actividade transformadora há séculos, como é o caso da Famiília Sim Sim, de Alcáçovas e Estremoz, que a exerce ininterruptamente desde a segunda metade do séc. XVIII.
Identidade
Local | A vila de Alcáçovas, e a comunidade que a habita, por exemplo, assume esta actividade como uma identidade diferenciadora. Alcáçovas recebe comumente a designação de Terra de chocalheiros ou a Terra dos chocalhos, e os seus habitantes são designados por Chocalheiros devido não apenas ao número de fabricantes existentes no passado, mas também não apenas à qualidade dos fabricantes, mas também dos chocalhos.
Idioma
Português | O ensino dos conhecimentos associados ao fabrico de chocalhos é feito em português.
Localização
Presença da manifestação | BR\Pernambuco\Agrestina | -8.4963229 | -35.94857450000001 | Em Agrestina, na Vila Santa Tereza, a população fabrica e vende chcalhos.
Presença da manifestação | CH | 46.9329751 | 7.811108600000011 | Fonte: Robert Schwaller.
Fonderie Berger Barau
http://www.swissbells.com
Presença da manifestação | CH\Bern\Bern-Mitellland\Oberbalm | 46.8736 | 7.401610000000005 | Fonte: Robert Schwaller.
Toupins Bartenbach, Oberbalm
http://www.bartenbach.ch/
Presença da manifestação | CH\Bern\Emmental\Wynigen | 47.10639 | 7.667789999999968 | http://www.steiner-metalland.ch/
Presença da manifestação | CH\Bern\Thun\Uetendorf | 46.7733151 | 7.574178800000027 | Fonte: Robert Schwaller.
Fonderie Gusset, Uetendorf
http://www.glockengiesserei-gusset.ch/
Presença da manifestação | CH\Friburg\Sarine\Treyvaux | 46.7274 | 7.136480000000006 | Fonderie Roulin, Treyvaux
http://www.cloches-roulin.ch/fr/
Presença da manifestação | CH\Friburg\Sarine\Villars-sur-Glâne | 46.7930877 | 7.12357099999997 | http://www.cloches-artisanales.ch/
Stéphane Brugger, Villars sur Glâne
Presença da manifestação | CH\Neuchâtel\La Chaux-de-Fonds\La Chaux-de-Fonds | 47.0978723 | 6.821634000000017 | Serge Huguenin La Chaux de Fonds
http://www.fonderie-blondeau.ch/
Presença da manifestação | CH\Vaud\Aubonne\Bière | 46.5372 | 6.333769999999959 | http://www.cloche.ch/contact.php
PA & A Tschantz Bière
Presença da manifestação | CH\Vaud\Morges\La Sarraz | 46.6597 | 6.51556000000005 | http://www.albertano.com/
Fonderie Albertano, La Sarraz
Presença da manifestação | ES\Andaluzia\Huelva\Valverde del Camino | 37.5746343 | -6.753414000000021 | BERMEJO ARROYO FABRICANTE DE CENCERROS
Calle Nueva, 12
21600 Valverde del Camino
959551510 | 959551510
Presença da manifestação | ES\Aragão\Teruel\Mora de Rubielos | 40.2515227 | -0.7520927000000483 | Antonio San Martín Edo
Álvaro San Martín Igual
C/Espinoso nº 35
Mora de Rubielos
CP 44400 (Teruel)
MÓVIL: 677299543 - 618252120
Telf. 978800322
email: esquilasmora@hotmail.com
web: www.cencerrosmora.es
Presença da manifestação | ES\Astúrias\Sotres de Cabrales | 43.231401 | -4.737167900000031 | Abél Fernández López
Sostres de Cabrales
Presença da manifestação | ES\Castilla-La Mancha\Albacete\Almansa | 38.8702789 | -1.099336600000015 | CENCERROS NAVALON
Rda. Sur de Almansa
(Pol. Ind. El Mugrón), S/N
02640 ALMANSA
967344589
Presença da manifestação | ES\Castilla-La Mancha\Toledo\Mora | 39.6861673 | -3.771446400000059 | Jose Luis Villarrubia Montoya
C/ PADILLA, 7.
Mora. codigo postal 45.400
Toledo.
N.IF. 03835573R.
http://cencerrosvillarrubia.blogspot.pt/2010/09/fabrica-de-cencerros-y-cencerras.html
Presença da manifestação | ES\Estremadura\Cáceres\Montehermoso | 40.0877862 | -6.350527300000067 | Fabricante de Cencerros
Pedro Iglésias Garrido
Plasencia, 36
10810 Montehermoso (Caceres)
927430247
Felipe Iglésias Domingues
Plaza de la Constitucion, nº 8
10810 Montehermoso (Cáceres )
927430247
Fax 927675644
CENCERROS MONTE C.B
polígono industrial,
Nave 65 10810 Montehermoso - Cáceres
http://www.cencerrosmonte.com/La_empresa.html
Fabricante de Cencerros Lorenzo
CENCERROS MONTE, C.B. Andrés Quijada
Ctra. Plasencia, s/n
10810 Montehermoso (Caceres)
927 67 51 78
Móvil: 651 72 01 97
cencerrosmonte@hotmail.com
Presença da manifestação | ES\Navarra\Goizueta\Goizueta | 43.1722936 | -1.864150900000027 | Santa María, 23
31.754Goizueta
948514300/676063129
http://www.cencerros.net/
cencerrosbelako@yahoo.es
Presença da manifestação | ES\Navarra\Lekunberri | 43.0050457 | -1.8964922000000115 | Cencerros Apezetxea S.L.
CIF: B-31956816,
Calle Plazaola, 25
31870 Lekunberri
Tel/Fax: (+34) 948 504353
Móvil.: (+34) 636 716 248
http://www.apezetxea.com/index.php?i=es
info@apezetxea.com
Presença da manifestação | ES\Salamanca\Ciudad Rodrigo | 40.599733 | -6.532977500000015 | Artesano del Cencerro
Santiago Risvero Florindo
C/ Agustin de Foxa nº 75
37500 Cuidad Rodrigo
923461380
Móbil 909157220
Presença da manifestação | FR\Aquitaine\Pyrénées-Atlantiques\Pau\Nay-Ouest | 43.19615599999999 | -0.27508100000000013 | Em Bourdettes, Daban fabrica e vende chocalhos.
Presença da manifestação | FR\Franche-Comté\Doubs\Pontarlier\Labergement-Saint-Marie | 46.774381 | 6.282316000000037 | Em Labergement-Saint-Marie, a Fonderie Charles Obertino fabrica e vende chocalhos e sinos.
Presença da manifestação | FR\Franche-Comté\Doubs\Pontarlier\Morteau | 47.05698 | 6.604106000000002 | Na cidade de Morteau, a empresa Obertino et Fils fabrica e vende chocalhos e sinos.
Presença da manifestação | FR\Rhône-Alpes\Haute-Savoie\Bonneville\Chamonix-Mont-Blanc | 45.923697 | 6.869432999999958 | Em Chamonix-Mont-Blanc, a família Devouassoud fabrica, desde 1829, chocalhos e campainhas.
Presença da manifestação | GR\Macedónia Ocidental\Kozani | 40.3005808 | 21.789813200000026
Presença da manifestação | PL | 51.047337 | 20.63811199999998 | http://www.odlewykulawiak.pl/oferta.html
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3926265 | -8.152728600000045 | Loja de artesanato, propriedade do casal Vidazinha Sim Sim, e onde este mestre chocalheiro vende os chocalhos que produz.
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3923687 | -8.152547700000013 | Local da oficina do Mestre Chocalheiro Joaquim Vidazinha Sim Sim.
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3924631 | -8.150696400000015 | Oficina do Mestre Chocalheiro Silvério Augusto Sim Sim.
(CORREIA 2013: 99, 101.)
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3933729 | -8.153148299999998 | Oficina do Mestre Chocalheiro Francisco de Assis Galvão.
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3947925 | -8.156189100000006 | Oficina do Mestre Chocalheiro Francisco José Barroso, mestre de José Luís Reis Maia, e onde trabalharam o Chocalheiro Guilherme Maia e o Mestre Chocalheiro Francisco Cardoso.
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3948664 | -8.15736179999999 | Oficina do Mestre Chocalheiro Gregório Guerreiro Sim Sim.
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3938518 | -8.156994599999961 | Oficina do Mestre Chocalheiro Gregório Guerreiro Sim Sim.
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3942897 | -8.153056800000058 | Oficina dos mestres chocalheiros, e irmãos, José e Júlio Grosso Sim Sim.
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3939167 | -8.151739399999996 | Oficina do Mestre Chocalheiro Manoel Maria Sim Sim.
(CORREIA 99, 101.)
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3931449 | -8.153669300000046 | Oficina do Mestre Chocalheiro Francisco António Galvão.
(CORREIA 99, 101.)
Local de Produção | PT\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Viana do Alentejo | 38.3929406 | -8.150304000000005 | Oficina-Museu do Mestre Chocalheiro João Chibeles Penetra.
Presença da manifestação | PT\Continente\Alentejo\Alentejo Central\Estremoz\Estremoz (Santa Maria e Santo André) | 38.8455094 | -7.5916812 | Na cidade de Estremoz, o mestre chocalheiro António Augusto Sim Sim, e o sobrinho, o chocalheiro Rui Marcos Sim Sim Gonçalves, fabricam e vendem chocalhos.
Presença da manifestação | PT\Continente\Alentejo\Alentejo Central\Reguengos de Monsaraz\Reguengos de Monasaraz | 38.42526549999999 | -7.534435199999962 | Na cidade de Reguengos de Monsaraz, o mestre chocalheiro Joaquim José Veladas Correia , inactivo, vende chocalhos adquiridos a outros, chocalheiros ou não.
Presença da manifestação | PT\Continente\Alentejo\Alentejo Central\Viana do Alentejo\Alcáçovas | 38.3923841 | -8.1574789 | Na vila de Alcáçovas, a Família Maia, composta pelos mestres chocalheiros José Luís Reis Maia e Francisco António Maia Cardoso, e pelo chocalheiro Guilherme José Fortes Reis Maia, e a Família Sim Sim, composta pelos mestres chocalheiros Joaquim Vidazinha Sim Sim e Gregório Guerreiro Sim Sim, este inactivo, fabricam e vendem chocalhos.
Presença da manifestação | PT\Continente\Alentejo\Lezíria do Tejo\Cartaxo\Ereira | 39.1763193 | -8.866489000000001 | Na aldeia de Ereira, o chocalheiro Feliciano de Jesus Sim Sim fabrica e vende chocalhos.
Presença da manifestação | PT\Continente\Centro\Médio Tejo\Tomar\Asseiceira | 39.5250153 | -8.403614500000003 | Na aldeia de Asseiceira, o mestre chocalheiro Manuel Antunes Cecílio fabrica e vende chocalhos.
Presença da manifestação | PT\Continente\Norte\Alto Trás-os-Montes\Bragança\Semil | 41.8061131 | -6.756738000000041 | Na Quinta do Souto, periferia da cidade de Bragança, o ferreiro-chocalheiro João Manuel dos Santos fabrica e vende chocalhos.
Presença da manifestação | PT\Região Autónoma dos Açores\Angra do Heroísmo\Posto Santo | 38.6635375 | -27.229396899999983 | No lugar de Grota do Medo, o ferreiro-chocalheiro António Ferreira da Costa fabrico e vende chocalhos.
Presença da manifestação | 37.8038321 | -25.79016039999999
Origem
Indeterminada | Foram encontrados, por toda a Eurásia, chocalhos em contexto arqueológico, cuja cronologia remonta à Idade do Ferro.
Na Península Ibérica foram encontrado chocalhos datados do Período Celtibero.
Risco
Alteração da paisagem agrícola\Colocação de cercas para o gado | A divisão dos terrenos agrícolas com cercas é dada como a razão para que hoje tenha diminuído a procura de chocalhos por parte de proprietários e pastores. | A confirmar.
Novas tecnologias | A introdução de novas tecnologias, em particular o forno a gás, assim como de ferramentas de corte, veio simplificar o fabrico de chocalhos, criando um aumento de produção, cujo impacto foi a saturação do mercado.
Demografia | A construçãode mapas genealógicos mostrou que a extinção de famílias chocalheiras de Alcáçovas esteve ligada a questões demográficas: ou não tiveram descendência ou tiveram filhas. Esta actrividade apenas se transmite a filhos. Localizaram-se casos em que a transmissão do saber saltou uma geração ou se transmitiu a parentes colateriais.
Extinção de profissões | O recuo da profissão de pastor, levou a uma redução da procura de chocalhos, já que os pastores eram os grande consumidores de chocalhos.
Tipologia
Domínios (UNESCO 2003 / OMT)\Aptidões ligadas ao artesanato tradicional | O fabrico de chocalhos é uma manufactura associada à metalurgia.
Categorias (DR_Port. N.º 196/2010_9 de Abril)\Actividades transformadoras | O fabrico de chocalhos é uma manufactura associada à metalurgia, e caracteriza-se pela trasnformação de chapas de ferro em idiofones.